<$BlogRSDUrl$>

quinta-feira, julho 29, 2004


Segundo Gilberto Nucci, os homens caminham pela face da terra em fila indiana, e cada um carrega uma sacola na frente e outra nas costas. Na sacola da frente colocamos as nossas qualidades e na sacola de trás guardamos todos os nossos defeitos. Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas em nosso peito, e, ao mesmo tempo, reparamos impiedosamente nas costas do companheiro que está adiante com todos os defeitos que ele possui. Julgamo-nos melhores que ele, sem perceber que a pessoa atrás de nós está pensando a mesma coisa a nosso respeito.



quarta-feira, julho 28, 2004



A minha árvore já não me dá frutos
da última vez que dela tentei colher
só me ofereceu mágoas e medos
A minha árvore só quer ser regada
e sempre que tentei falar-lhe responde-me
com silêncios de morte e semelhanças gélidas
A minha árvore abandonou-me sem palavras
parece-se a uma recusa vincada em raízes na terra
A minha árvore à minha imagem
acabou por definhar em terra
com afectos raros adubada
e do carinho depositado pelos dias
sobraram braços secos e desistentes.


terça-feira, julho 27, 2004



She hangs her head and cries in my shirt
She must be hurt very badly
Tell me what's making you sadly
Open your door, don't hide in the dark
You're lost in the dark, you can trust me
'Cause you know that's how it must be
 
Lisa, Lisa
Sad Lisa, Lisa
 
Her eyes like windows tricklin' rain
Upon her pain getting deeper
Tho' my love wants to relieve her
She walks alone from wall to wall
Tho' I know she likes to be near me
 
Lisa, Lisa
Sad Lisa, Lisa
 
She sits in a corner by the door
There must be more I can tell her
If she really wants me to help her
I'll do what I can to show her the way
And maybe someday I will free her
Tho' I know no one can see her


Cat Stevens - Sad Lisa


segunda-feira, julho 26, 2004



Agora sei que devia ter chorado
experimentado, ido mais longe
sofrido mais, talvez
sorrido mais
agora sei o que me apetece
chorar no ombro do mar
somente eu e um choro
que há muito aguarda pela minha chegada.


sexta-feira, julho 23, 2004



Guardo em mim o que de bom me deixaste.
Tento ser capaz de continuar este caminho incógnito contigo na memória.
Refilo, reclamo, revolto-me para que ainda te sinta.
Mas do que sobra
já nada é igual
Não me é a vida como um dia a vi...




quinta-feira, julho 22, 2004


- usa sempre a terceira pessoa com os outros?
- uso em quase tudo na vida.


quarta-feira, julho 21, 2004



Há em mim pensares indevidos
de impuros desejos recorrentes
onde te alucino o voo neste corpo
Há actos em mim infligidos com coragem
para que me venhas sempre em ilusão
nesta tua necessidade urgente aqui
Há personificação de um ti
possuidor de um eu a mar aberto
em ondulantes mãos no meu cabelo
Há um amor monologado e solitário
Só meu nesta cama abandonada
egoísta e perversa a maré arrasante
Há descobertas e desdizeres impensáveis
guardados neste cofre de papelão a sete chaves
Há homens que me rodeiam em desejos
não lhes há este sentir-amor infinitamente doloroso
teimosa e incrivelmente ir ficando aqui e acolá em mim.



terça-feira, julho 20, 2004



Lembras-te quando íamos os dois visitar os sítios?
Os diversos lugares que me deixaste na memória resguardados por os tornares nossos.
E no agora em que não te encontro a presença é o tempo de ninguém.
Pelo nada de ti que não desejo em mim num segredo.
E são momentos como este em que te penso e vejo claro que jamais ser-me-ás de todo para outro nós.



segunda-feira, julho 19, 2004



estou zangada com o mundo e ele está de mal comigo
eu e o mundo estamos zangados
desconfio um mundo zangado comigo
adivinho-me pendulada entre o lá e o cá.



sábado, julho 17, 2004



sinto que me sentes e que queres que te sinta
mas há esta barreira inultrapassável entre nós
construída de um contra o outro
há algo sem haver e muito sem saber do existir
e vem-me um teu desejo no olhar
e sai de mim uma ...
emana de nós...
não sei...
diz-me


sexta-feira, julho 16, 2004


Nada me prende
por nada ter a perder
nada quero do que quis
nenhuma luz me incide
ninguém me sente
em nada do que sou
nem nenhum homem
cuida e guarda o meu olhar
ressentida esta alma prossegue
levitando entre as neblinas de uma vida
vazia de um nada nenhum
para um eu alguém de ninguém

só meu.




quinta-feira, julho 15, 2004



Se o mar um dia me viesse dizer
não te quero mais
não voltes
aqui
não cumpriria a sua vontade
por a vida o ter em mim
ser-me o ar, a fonte, o tudo
e sem ele nada fazer sentido
iria talvez mais devagarinho
para que não o tornasse a ver assim
zangado e desdenhoso de mim
pedindo ao além que ele me amasse de novo
de volta e sempre.


segunda-feira, julho 12, 2004




Não me ames por favor
Não quero que me ames
Não porque eu queira
Não porque tu queiras
Quero que me ames
Porque nada te resta
e as forças te desarmam
Porque mesmo que não queiras
Não possas
Não te deixe o corpo
Ser de outra maneira
inábil defronte ao mar morrer de sede.


 


domingo, julho 11, 2004



Queria muito saber o porque de estares aqui, não que isso fosse decidir, fazer-me pensar, intuir-me a concluir o que quer que fosse.
Gostaria somente de saber porque estás só no mundo e acabas por acabar numa cama como a minha, quando alternativas não te faltam, quando embora no fundo estejas só, estás tudo menos só.
Queria descobrir o que te vai nessa alma pequenina e azul pela qual um dia estive apaixonada.
Porque num dia como este me escolheste para companhia, sabendo que amanhã partirás ao teu involuntário destino.
Ainda antes de mo dizeres de o saber, sei que esta não será a tua última morada e por isso que interessa que estás aqui, ali ao fundo dormindo, sem pensamentos meus ou acerca de mim, sem sentimentos, sem que me deixes a mim ou a quem quer que seja tocar o teu fundo.
Sei-te um amigo, sei-te um ombro, umas mãos e um olhar perfurante, nada mais quero saber, nada mais quero que me toque.




sábado, julho 10, 2004


Há um tempo atrás, uma pessoa, uma conhecida, uma loira, um encontro de copos disse-me na cara, depois de cinco minutos de conversa de gajas, num bar-dançante que eu estava a achar hediondo, sem distorções ou segundos sentidos, sem contexto, nem nenhuma justificação para iniciar o assunto em si, debaixo com certeza do efeito de algum álcool “Sabes! O teu principal problema… é seres demasiado exigente com os homens…”, só posso afirmar que sem lhe dar ou tirar a razão, sem reflectir no assunto, sem reflexão, mas num incómodo instintivo ou sei lá o quê, aquela loira a cuja conversa eu não estava a prestar a menor atenção ou nenhuma importância, de repente toda eu me balizei ali, todos os meus sentidos se viraram na sua direcção, despindo-me de armas e mostrando-me as fraquezas, a sala parecia que tomava outras cores e eu adivinhava um foco rejubilante em cima de mim.


sexta-feira, julho 09, 2004



Porque antes de me seres já o eras
Porque antes de te conhecer já te sabia
Porque em mim já nascias aos poucos
Porque me vieste sem dizer de onde
Porque não antes de tudo
De todos
Porque tu
Porque eu



quinta-feira, julho 08, 2004


Eis que morreste



 

Eis que morreste. Mortalmente triste
Divaga a flor da aurora entre os teus dedos
E o teu rosto ficou entre as estátuas
Velado até que o novo dia nasça.
 
Se nenhum amor pode ser perdido
Tu renascerás – mas quando?
Pode ser que primeiro o tempo gaste
A frágil substância do meu sono.
 
Sophia de Mello Breyner Andresen




 



terça-feira, julho 06, 2004




WWW.ELCONFIDENCIAL.COM




Con Lupa - JESÚS CACHO :01/07/2004
ELOGIO DE PORTUGAL, UN PAÍS CON UNA FEROZ LIBERTAD DE EXPRESIÓN, DEL QUE LOS ESPAÑOLES TENEMOS MUCHO QUE APRENDER
Muchos españoles están descubriendo estos días, aparentemente sorprendidos, la existencia en la casa de al lado de un vecino llamado Portugal, un vecino bastante más pobre que nosotros pero capaz de organizar una evento tan importante como un Campeonato de Europa de fútbol, de construir una serie de estadios, todos magníficos, de ganar a la millonaria selección española, e incluso de colocar como presidente de la Comisión Europea a uno de sus políticos, José Manuel Durao Barroso.
Ese país, cuya selección jugó y ganó ayer la primera semifinal de dicho campeonato contra Holanda, lo cual ya es de por sí un triunfo, sigue siendo un gran desconocido para España y los españoles. ¿Por qué? Porque los españoles, con la inveterada suficiencia de quien se cree superior, se han negado siempre a entender -en realidad ni siquiera lo han intentado- a Portugal y los portugueses.
Cuando la realidad es que España y los españoles tendrían -tendríamos- mucho que aprender de nuestros vecinos atlánticos. Aprender y lamentar la ausencia en España de esa elite intelectual, empresarial y política que habla idiomas, elite muy cercana a Gran Bretaña y a la cultura francesa, muy poco hispanófila, pero muy tolerante, muy abierta, muy cosmopolita.
En Portugal sería impensable contar con un presidente de la República que no hablara francés e inglés. La mayoría de los portugueses se esfuerzan por hablar español ante españoles, haciendo gala de una actitud cívica en el trato que tan difícil es de encontrar en el páramo hispano.
El presidente, Jorge Sampaio, vive en su casa, en su propio domicilio, como el primer ministro. A ninguno le da por convertirse en un Trillo. Nadie enloquece con el cargo. Nadie se prevale de su condición. Antonio Vitorino, actual comisario europeo, dimitió de su cargo como ministro -socialista, por
cierto- tras descubrirse un desfase de 8.000 escudos (unas 6.000 pesetas) en las cuentas de su ministerio.
Semanas atrás, el presidente ZP se trasladó a Lisboa en su primera visita relámpago al país vecino, y no se quedó a cenar con Durao Barroso a pesar de haber sido invitado. Todo un síntoma. Vistas así las cosas, no es extraña esa inveterada desconfianza que comparte la clase política portuguesa hacia España, desconfianza que la prensa se encarga de mantener viva. Sus razones tendrán.
Todo el edificio de ese Portugal Abierto -la vieja aspiración de quienes aquí persiguen una España Abierta capaz de superar sus viejos atavismos- se asienta seguramente sobre una feroz libertad de expresión que todos defienden y que se manifiesta en los debates -políticos, económicos- que se celebran en la televisión y en los textos que aparecen en diarios y semanarios (de gran importancia en el país vecino).
Comparar esa libertad de prensa, ese valor cívico del que hacen gala las elites portuguesas para hablar alto y claro, y criticar lo que juzgan merecedor de crítica, con el miedo a hablar de nuestros ricos, de nuestros empresarios, de nuestros políticos, fieles devotos de la ley del silencio, y con el secretismo y la rendición a los poderes políticos y económicos que hoy caracteriza a la prensa española -no digamos ya a la televisión- es como para echarse a llorar. ¿De qué presumen, entonces, los españoles ante Portugal y los portugueses? Ese es, sin duda, uno de los grandes misterios de la Historia Universal.

"Pena, pena... é que esta visão não corresponda propriamente à verdade...
nosso amigo espanhol parece mais desanimado com Espanha do que entusiasmado com Portugal - e qualquer português de classe média percebe porquê."
JD



 







Antes de me acabar a vida
Quero-te para meu alimento
egoísta e antes de acabar a dor
que me persigas a companhia
ou antes que me acabe um dia
em uma tarde quase noite deste verão
Que não hesites e me ames
para que o nunca de ti para mim não exista
num antes que pode já ter acontecido.


segunda-feira, julho 05, 2004




Nunca mais

 

Nunca mais

Caminharás nos caminhos naturais. 

Nunca mais te poderás sentir

Invulnerável, real e densa -

Para sempre está perdido

O que mais do que tudo procuraste

A plenitude de cada presença. 

 

E será sempre o mesmo sonho, a mesma ausência. 

 

Sophia de Mello Breyner Andresen



domingo, julho 04, 2004



Instante

 

Deixai-me limpo

O ar dos quartos

E liso

O branco das paredes 

Deixai-me com as coisas

Fundadas no silêncio 

 

Sophia de Mello Breyner Andresen


sábado, julho 03, 2004



Só contigo senti vergonha do que estava a ser
És-me agora o meu último e querido amor
Só contigo quis ser eu no mais eu que soube ser
Só contigo forniquei o prazer cerebral e físico
Só tu entraste por mim adentro sem agravo nem pré-aviso
Só a ti dediquei o gosto de fugir, amando até à última gota de mim
Só por ti desaparecia no mundo para os outros que me gostam
Meu querido amor
Só assim, por amor eu te entreguei à sorte e à vida
Só sem ti sofro e nada faz um ínfimo sentido
e sem ti nada me encaixa, me orgulha, me faz sentir de igual modo, plena
Só em ti veio o desejo escrito, confessado em murmúrios secos e húmidos
Meu querido amor
És-me o que nunca ninguém foi
E hoje, luto e luto e estou
num caminhar sem ir
num fugir ao encontrar
Só para te ter de algum modo em mim
alucino-me e vejo
roçando, tocando, beijando, abraçando
quando tomo banho nua e tua
em mim te sinto, quero e estás pérfido e ilusório
como o meu querido amor.



quinta-feira, julho 01, 2004


Never thought you'd make me perspire.
Never thought I'd do you the same.
Never thought I'd fill with desire.
Never thought I'd feel so ashamed.

Me and the dragon
Can chase all the pain away.
So before I end my time,
Remember..
My sweet prince
You are the one
My sweet prince
You are the one

Never thought I'd have to retire
Never thought I'd have to abstain
Never thought all this could back fire
Close up the hole in my vein

Me and my valuable friend
Can fix all the pain away
So before I end my time
Remember

My sweet prince
You are the one
My sweet prince
You are the one
You are the one
You are the one
You are the one
You are the one

Never thought I'd get any higher
Never thought you'd fuck with my brain
Never thought all this could expire
Never thought you'd go break the chain

Me and you baby,
Still flush all the pain away
So before I end my time
Remember

My sweet prince
You are the one
My sweet prince
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
you are the one
My sweet prince
My sweet prince


Placebo - My Sweet Prince lyrics



This page is powered by Blogger.

on-line